Recentemente foi lançado no Brasil o teste rápido de farmácia para diagnóstico do HIV. Com valores entre R$50,00 e R$85,00 reais, esses testes são realizados através da saliva. no entanto, com todo o preconceito que existe ainda sobre a doença, principalmente no Brasil, uma questão bastante pertinente está ligada a forma como uma pessoa lidaria com o exame dando positivo para HIV. Assim, buscamos avaliar no Brasil, a importância do teste e do diagnóstico acompanhado por profissionais de saúde e a realização do teste de farmácia e as consequências que um possível diagnóstico poderia trazer dentro de cada situação. Esta pesquisa foi publicada em um Congresso Internacional e esta listada abaixo, trazendo um debate para que possamos compreender todas essas questões relacionadas ao HIV, confira:
IMPORTÂNCIA DO ACOLHIMENTO PSICOLÓGICO NA REALIZAÇÃO DO TESTE DE FARMÁCIA PARA HIV
¹Aline Dos Santos Fabris, ²Ailton da Cruz Melo, ³Barbara C. Costa Beber Brunini
¹Acadêmica do curso de Psicologia - UNIPAR
²Acadêmico do Curso de Psicologia da UNIPAR
³Docente da UNIPAR
Introdução: No Brasil, apesar do conhecimento, das políticas de prevenção e tratamento, o HIV/AIDS ainda é considerado um tabu
na sociedade e seus portadores são estigmatizados e sofrem com diversos tipos de preconceitos que afetam seu desenvolvimento
psicológico e social. Considerando tal realidade, realizar o teste rápido para HIV e comunicar o resultado ao paciente em 15 minutos
não é uma tarefa fácil, tanto para quem profere quanto para quem recebe o diagnóstico, para muitos considerado uma sentença de
morte (BONAMIGO, 2015). Atualmente, além do teste rápido acompanhado por profissionais nos Centros de testagem e
aconselhamento dos departamentos de DST/AIDS do SUS, está sendo liberada pela Agência Nacional de Vigilância sanitária
(Anvisa) via resolução RDC N° 52, o teste rápido de farmácia, capaz de identificar os dois subtipos do vírus com 99,9% de eficácia
sem a necessidade do acompanhamento psicológico para sua realização (BRASIL, 2015).
Objetivo: Analisar a importância do acompanhamento psicológico na atenção básica de saúde através de escuta qualificada frente ao
resultado do teste HIV de farmácia.
Desenvolvimento: ''O HIV é um vírus que ataca o sistema imunológico, em especial as células linfócitos T CD4+, responsável pela
defesa do corpo contra microorganismos causadores de doenças. Esse processo acontece através da transformação de seu RNA
genético de fita simples em fita dupla através da proteína Transcriptase Reversa, simulando um DNA celular humano'' (PALELLA,
2006). Quando em contato com a célula, o RNA fantasiado é internalizado sem ser reconhecido como um vírus em potencial, assim
fixando-se ao DNA genético e se reproduzindo da mesma maneira. Apesar de existirem terapias medicamentosas capazes de auxiliar
na qualidade e expectativa, o HIV apresenta um grande impacto psicológico e social fortemente ligado a questões de preconceito
(MEIRA, et al., 2017). Com a chegada dos testes de farmácia para identificação do HIV, a ausência de acolhimento psicológico para
lidar com o resultado pode ser algo que comprometa a integridade psicológica e física dessas pessoas, pois mesmo com as políticas de
HIV, o despreparo dos profissionais em saber repassar a informação de um teste positivo, ou muito menos dar os devidos
encaminhamentos, pode comprometer o estado emocional dos sujeitos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). Questões como
preconceito, despreparo psicológico, ausência de apoio familiar ou profissional, podem levar o sujeito a entrar em sofrimento,
desenvolver traumas psicológicos que comprometem a sociabilidade, relacionamentos familiares e afetar todo seu desenvolvimento
biopsicossocial. Outro fator crucial está relacionado a adesão ao tratamento. Fatores como vergonha, medo e exposição a julgamentos,
podem tornar-se barreiras à procura da rede de saúde para iniciar o tratamento, sendo esse um processo necessário e dinâmico o qual
depende fundamentalmente do contexto sócio-cultural e da qualidade do relacionamento estabelecido entre pacientes e profissionais
da saúde (GOMES et al., 2009).
Conclusão: O modo como o HIV é diagnosticado e informado exerce influência direta sobre a forma como pacientes irão lidar com a
sorologia positiva. O acolhimento psicológico nesse momento torna-se importante para que o paciente consiga elaborar o diagnóstico
através de uma escuta qualificada que identifique aspectos subjacentes a sorologia positiva, como medo, ansiedade, depressão e até
mesmo suicídio, a fim de construir elementos para lidar com tratamento, autoestima e questões de preconceitos, infelizmente ainda
muito recorrentes no Brasil.
Obter ajuda:
- Plantão Psicológico;
- Atendimento terapêutico online;
- Atendimento terapêutico presencial;
- Acompanhamento psicológico semanal por WhatsApp.
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Referências:
BONAMIGO, E.L. Manual de Bioética, teoria e prática. 3. ed., São Paulo: All Print, 2015. 360 p.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução rdc n° 52, de 27 de novembro de 2015. Amb: Poderes Saúde, Brasília, p. 1-2, 2015.
GOMES, R. R. F. M. et al. Utilização dos registros de dispensação da farmácia como indicador da não-adesão à terapia anti-retroviral em indivíduos infectados pelo HIV. Cad Saúde Pública, v. 25, n. 3, p. 495-506, 2009.
MEIRA, F. I. et al. Reflexões psicossociais acerca do HIV e AIDS e contribuições da Psicologia. HUM@ NAE, v. 11, n. 1, 2017.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. HIV: Estratégias para utilização de testes rápidos no Brasil. 1. ed., Brasília: Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. 2010. 98 p.
PALELLA, F. J. et al. Mortality in the highly active antiretroviral therapy era: changing causes of death and disease in the HIV outpatient study. JAIDS Journal of Acquired Immune Deficiency Syndromes, v. 43, n. 1, p. 27-34, 2006.
Trabalho publicado no II congresso Internacional de Ciência, Tecnologia e Inovação da Universidade Paranaense - UNIPAR em 2017.
Perigos da realização do teste rápido de Farmácia para detecção de HIV
Reviewed by Ailton Melo
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dezembro 20, 2017
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Realmente, embora seja necessário o teste rápido, pois o governo não dá conta de realizar esse trabalho em si
ResponderExcluirO problema do HÍV é de fato o preconceito!
ResponderExcluirConvivo com pessoas com sorologia positiva, ouvi relatos de como foram para elas receber o diagnóstico, mesmo com uma equipe especializada já foi difícil, imagino em casa, sem a ajuda de alguém que entenda do assunto e saiba orientar, pode ser realmente perigoso.
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